Bela discussão que aqui vai.
E digo discussão, no melhor dos sentidos que a palavra pode ter.
Por partes, gostaria de tocar algumas das coisas aqui escritas.
até posso estar enganada mas...não será bissexualidade o verdadeiro significado de amor? amares alguém independentemente do genero sexual?
E porque não tudo ser o verdadeiro significado do amor?
Uma vez em conversa com uma grande amiga, a quem contava as minhas dúvidas (que eram meias-certezas), ela disse: que privilégio tens em poder amar alguém, independentemente do seu género.
És uma felizarda! Dizia-me ela.
E eu levantei o olhinho e pensei: só pode estar a gozar comigo.
Mas ela tinha razão.
Todavia, não me disse, e muito bem, que este era o verdadeiro significado do amor. Que era esta a via correcta.
Sentimos e pronto! Não é melhor, não é pior, é como é.
E seja esse amor homossexual, heterossexual, bissexual... e tantas outras formas de amor onde a questão sexual não entra.
Talvez romantize a questão, mas o cerne poderá estar (divago eu) na capacidade de sentir, e por isso amar... e para uns isso - por questões / impulsos emocionais e físicos (e arrisco-me a dizer sociais, culturais, etc) - se direccione num sentido e para outros não.
Quanto à discriminação (é com i e não com e)
que o Danis e o N´guxi falam:
Faltam-me dados ou experiência para afirmar qualquer coisa de relevante.
Mas se existe, o importante é integrarem em vós aquilo que sentem e acreditam. Porque é que o julgamento dos outros tem que ser tão importante?
E falo dessa discriminação na própria comunidade (sou avessa a este termo) LGBT.
Poderão deixar de gostar de vós (e de mim também falo) por serem bissexuais?
Então é porque não valem a pena. Perdoem-me a arrogância.
É porque não são capazes de ver (e eu digo amar e sentir) para além da vossa sexualidade (as pessoas que assim pensam).
E isso é apenas mais uma - entre tantas outras - características que vos/nos define, que me define.
Eu não sou apenas o meu sexo, sou o que penso, o que falo, o que sinto... tanta, tanta coisa mais.
E quanto à promiscuidade?
Relativo, demasiado relativo.
Volto ao ponto inicial. Amar independentemente do género. E não "saltar" independentemente do género.
Levantaste uma questão que considero pertinente.
Curiosamente na única reunião do grupo de Lisboa a que tive oportunidade de ir, levantei uma questão semelhante " a bissexualidade será uma fase de transição?"
Pode ser em alguns casos, Sea. E noutros não.
Acho que é complicado criamos compartimentos, áreas estanques.
Pode ser que vivas uma relação com uma pessoa do teu género e num outro momento da tua vida não.
Arrisco-me a dizer:
Foca-te na pessoa e não no sexo. Por muito difícil que isso possa parecer.
Compreendo que tenhamos a necessidade de qualificar as coisas, de as etiquetar (somos ensinados a fazê-lo desde tenra idade), mas continuo a crer no seguinte:
A questão está em nós, e naquilo que nos alimenta, preenche, acalma o espírito e o corpo. Seja com A ou B.
Vive o momento, sem procurares o rótulo que acalme a inquietude do teu espírito.
Porque não vai acalmar.
A calmia talvez chegue quando conseguirmos entender que se trata apenas e tão somente do privilégio de amar e sentir.
Volto ao início.
Até pode ser transição! Mas cada entrega, cada encontro, cada pessoa (independemente do seu género e tomando também como exemplo relacionamentos estritamente heterossexuais ou homossexuais) não o será?
São momentos no tempo. Que se ligam, que se desfazem, mas são momentos. E o denominador comum somos nós, que os vivemos.