Olá,
Gostava de partilhar uma experiência que tive recentemente.
Conheci um rapaz no tinder faz uns meses, diria finais de Julho.
Fomos falando e falando e falando até que combinamos encontrarmo-nos em agosto, não deu por imprevistos dele e meus, ficou por data indeterminada.
Fomo-nos conhecendo entretanto e cheguei ao ponto de sentir grande interesse em estar com ele cada vez mais, até que ele me disse que ia para fora estudar, para Inglaterra mais precisamente.
Fiquei triste e chateado pois ele era a 3a pessoa que ia embora, seja para mais longe ou fora do país, senti-me tão mal pois escolho as pessoas erradas, o coração escolhe essas pessoas, pensei e pensei, se começamos bem, então quero acabar em bem, quis há mesma estar com ele para me “despedir”, ficou prometido um abraço e ele aceitou pois também queria estar comigo, estava ansioso, mas eu estava ainda mais, fazia 2 anos que não estava com ninguém, não imaginam o meu estado de nervos.
Combinamos para dia 1 Setembro, combinamos encontrarmo-nos na trindade (estação de metro principal no Porto) mas ele ia chegar atrasado, eu já tinha saído de casa, estive a fazer tempo pelo Norteshopping, na Fnac mais precisamente, o tempo avançava e os nervos aumentavam, a minha pulsação era a duplicar, de repente vejo alguém de T-shirt branca a aproximar-se e era ele, deu-me um toque na barriga e diz-me “Olá”
As primeiras impressões, alto, magro, voz suave, olhos bonitos.
Fomos até ao Porto e passeámos, sempre a falarmos um do outro, o que gostávamos, o que não gostávamos, etc, mostrei-lhe a minha escola, ele mostrou-me alguns locais novos, jardins especialmente, conversámos e conversámos, bem, partilhamos um pouco de tudo, inclusive troca de olhares, alguns deles intensos que por vezes me incomodavam por serem fortes, o sorriso dele, a companhia, adorei esse dia, jantámos juntos e no final do dia deu-me um abraço, foi inesperado.
Depois enviou-me uma mensagem que tinha adorado estar comigo, que eu era giro e nerd, retribui o que sentia, ficou um sentimento de felicidade no ar, fui trabalhar nos dias seguintes com outro ar, alguns colegas mais próximos meus repararam nessa felicidade, fez-me lembrar aquilo que eu era, mais feliz, alegre com as pessoas, sempre no gozo, sempre a levar a vida na brincadeira, sentia-me bem com energia para tudo, nem parecia eu, quer dizer, já não me lembrava de ser assim.
Houve um mal entendido depois disso, disse-lhe que tinha faltado um beijo, ele levou a mal, ou interpretou mal, pensava que o queria para outras intenções, nunca mas nunca o quis dessa forma, arrependi-me por completo o que tinha dito, ficou um ambiente estranho, depois lá passou, ele também pediu desculpa, disse-lhe que as coisas forçadas nunca funcionam, ele apenas dizia que não deviam surgir mais coisas entre nós por ele se ir embora para fora, tentei fazer com que ele percebesse que queria aproveitar o presente e o futuro ficaria para depois.
Quisemos sair uma segunda vez, quisemos fazer diferente, ele queria que eu conhecesse a terra dele, Vila do Conde e Póvoa do Varzim, ficou contente por ter aceite ter lá ido, fomos, guiou-me pela cidade, almoçámos, tirámos umas fotografias, conversámos e conversámos, começou a haver mais confiança mais intimidade.
Correu tudo bem nesse dia, foi ainda melhor que a primeira vez que saímos, foi ainda mais mágico o ambiente, adorei mesmo.
O facto de ele me apresentar e dar a conhecer onde cresceu e estudou é dar de si a mim, perder um pouco dele para mim, dedicar-se.
Ficou no ar uma terceira saída, mas incerto.
Penso que estava a começar a sentir coisas, tivemos uma conversa pois queria perceber o que “nós” éramos, ele evitava falar de sentimentos, especialmente os dele, não gosta, mas eu queria perceber, o que ele me dizia era que embora gostasse muito de mim que não queria sofrer e avançar devido ao facto de ir para o estrangeiro.
Eu respeitei e apenas dizia que os sentimentos que tinha por ele eram muito frescos, podia reverter (tentei eu), combinámos sair uma terceira vez.
Foi um pouco diferente, fui com um pé atrás, do género, não queria pensar com o coração, mas não consegui, foi um dia fantástico que passámos, a ideia de sairmos uma próxima vez tinha ficado no ar também...mas não aconteceu.
As coisas começaram a ficar estranhas, comecei a sentir saudades e a sentir algo mais, íamos falando todos os dias, mas percebia que ele estava estranho, demorava cada vez mais a responder, evitava falar de sentimentos dele como é óbvio e dos meus, parecia haver um distanciamento.
Tentei perceber as coisas e hoje percebo, ele afastou-se, admitiu, pois estaria a sofrer por ele e por mim mas queria ser meu amigo, alguém me explique se isto faz sentido?
Se queria ser meu amigo então que não se afastasse, que me levasse no coração dele para onde for, é assim que são os amigos.
Fico triste e revoltado, com raiva de mim e das minhas escolhas, tirei dias de férias que supostamente eram para ser com a minha família e tirei para estar com ele, fiz inclusive um retrato dele, que eu nunca fiz por ninguém, dediquei-me de alma e coração para as coisas resultarem, mas aparentemente nem à terceira.
Hoje ignora-me, sinto-me mal mesmo, desisto de procurar alguém, acabou, quero focar-me noutras coisas, nos meus objectivos pessoais e profissionais, corrigir erros e começar algo novo, fico cansado do amor, dá trabalho e custa-me.
Admito que senti o poder da paixão, já não me lembrava disso há muito tempo, é forte e pode ser destrutivo, tenho feito as coisas erradas, tenho-me forçado em encontrar alguém, daí não ter resultado até hoje, agora percebo!
Obrigado pela lição que me deste

Há sempre algo de bem que se possa extrair do mal, a experiência.
Sê feliz.
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