Claro que na nossa cultura uma relação não é vista desta forma. Se a poligamia fosse natural na nossa cultura, que viessem duas pessoas dizer que amor ou sexo ficava entre elas =b essas eram a excepção.
Mas antes de termos uma cultura, temos uma identidade enquanto seres humanos e as excepções numa cultura surgem só para provar que esta, sendo a história de uma população, também são regras impostas e o abalar dessas regras não significa, neste tema, que relações abertas estejam erradas, mas sim prova que há pessoas que sentem e vivem naturalmente assim, que puserem a cultura de amor e/ou sexo ser entre duas pessoas de lado....
Aquilo que me faz um pouco de confusão na resposta a este tópico, é que como pessoa LGBT, não digo que deveria haver uma aceitação ou compreensão imediata de um relacionamento aberto, ou que deveríamos todos viver assim, mas pelo menos (que foi o que aconteceu comigo) tentar perceber, escutar o outro lado, questionar se realmente uma relação única e exclusivamente a dois não é algo imposto... e não negar primeira e completamente. É que também é uma questão cultural aceitar ou não pessoas LGBT, pessoas como nós! Nós temos a obrigação de nem que seja abrir a mente e questionar situações e formas de viver novas e diferentes! É isso que nós pedimos à nossa sociedade, à nossa cultura que o faça! Foi isso que fizemos com a revolução quando nos cortaram o pensamento livre, foi isso que fizemos quando as mulheres eram vistas como inferiores e lutaram pela sua emancipação, é isto que estamos a fazer, ao lutar pelo amor livre, pelo casamento homossexual, pela possibilidade que termos uma família! E também é isto que estamos a fazer, a questionar o amor, o sexo e a sua exclusividade, a questão da monogamia e da poligamia... por isso, para quem luta por todos os outros direitos, incluindo é parte LGBT na sociedade, que mudou uma cultura que antes negava a nossa existência, acho hipócrita afirmar que uma relação aberta não é amor verdadeiro, não é normal, não resulta como as outras.... É exactamente o mesmo discurso que tinham connosco pessoal! Temos a obrigação, enquanto comunidade lutadora, de nem que seja ouvir e dar força a quem está no caminho de encontrar a sua forma de viver, mesmo que seja diferente!