Olá Dtrito_033,
Lamento saber-te assim

. Sei por experiência própria o que é ter uma família conservadora e religiosa que jamais aceitaria que gosto de pessoas do mesmo sexo.
Estava numa posição muito semelhante à tua... tinha 18 anos acabados de fazer, estava a terminar o 12º ano, ainda nem sequer me aceitava e vivia assombrada com medos de que alguém descobrisse (algo que, de facto, pouco tempo depois veio a acontecer) e sei o quão sufocante isso pode ser.
É uma situação terrível. A ansiedade não cessa, é difícil dormir, sentimo-nos completamente errad@s (perdi as contas às vezes em que me detestei por estar a "pecar", por ser uma desilusão, e por achar que merecia ser infeliz), entramos em paranóia no "e se alguém descobrir", etc. Parece que nunca há um momento de paz :/
Mas... Long story short: depois de toda a gente descobrir e ter passado um grande mau bocado (e de ter entrado numa depressão profunda não apenas pela questão da sexualidade mas sobretudo pelas implicações religiosas neste campo que me desestruturaram completamente naquela altura), decidi sair de casa e mudei de vida. Não foi, de todo, fácil mas foram aparecendo algumas pessoas que me ajudaram e apoiaram. E só posso dizer que valeu a pena. Hoje estou bem e estou feliz

. Não escondo de ninguém quem eu sou e, com o tempo, mesmo a família foi aprendendo a pelo menos tolerar. Isto para te dizer que:
1)
Não estás sozinha. Estamos aqui para te ouvir se quiseres desabafar, dar palavras de alento, partilhar os nossos próprios testemunhos e tentar dar alguma esperança;
2)
Tu podes ser feliz. Tens, no mínimo, o direito de lutar pela tua felicidade sendo quem tu és, sem medos nem vergonhas. Por muito horrível que a situação seja agora (e eu seria a última pessoa a querer de alguma forma "diminuir" isso ou desvalorizar o que sentes), há esperança!
It gets better. Não desistas de ti! Foca-te nos estudos, confia no teu psicólogo e explora com ele formas de diminuir o sofrimento associado a toda esta situação ou mesmo formas de desenvolveres um plano que te permita ser independente (se for isso que desejas e achares que te pode ajudar);
3)
Podes ser "uma estranha", mas és uma de nós 
. Infelizmente, muitos jovens passam ainda por um sofrimento terrível por serem lgbti numa sociedade cheia ainda de preconceitos e crenças que nos prendem à infelicidade, mas a parte boa é que quando passamos por estas situações tornamo-nos também mais sensíveis a estas questões e temo-nos uns aos outros! E uma rede de apoio pode ter um poder muito maior do que imaginamos. Aqui na rede ex aequo tens este fórum onde há sempre espaço para exprimires o que sentes, tens também as reuniões do núcleo de lisboa (vai espreitando aqui
https://www.rea.pt/forum/index.php?board=20.0 as próximas atividades) e tens inúmeras pessoas que vão passando por ambos estes espaços para ajudar

Se quiseres também desabafar e falar sobre o que sentes (e te sentires confortável com isso, claro), estou disponível para combinarmos um café um dia destes e falarmos um pouco

. Podes sempre enviar-me mp aqui pelo fórum e combinamos isso.
Independentemente de tudo:
Força e não desistas de ti! E no que pudermos, estamos aqui para ajudar.