No entanto, não acredito na desresponsabilização ou na aceitação de que os nossos receios pessoais possam simplesmente colocar o nosso respeito pelo outro de parte e trocar a honestidade por estes "sinais de luzes". Não acho justo colocar pressão na relação sem explicar ao parceiro de que há algo errado. Da mesma forma, o cansaço que sinto, já foi expressado directamente e várias questões abordadas.
Ou seja, se têm respeito por vocês e pelo vosso amante (até mesmo pela vossa relação), então se sentirem cansaço deverão comunicá-lo, pois o outro pode não estar a sentir o mesmo que vós e apenas sentir confusão relativamente à vossa frieza. Se não o fizerem, quando chegar o dia em que vocês decidem acabar a relação vão deixar a outra pessoa desamparada e completamente baralhada.
Exacto. Mas infelizmente a maioria dos casais não termina de forma racional. O mais frequente é basicamente isto: um dos membros perde o interesse, mesmo que inconscientemente deixa sinais desse desinteresse, que por sua vez magoam o parceiro, entra-se numa espécie de efeito de bola de neve e voilá!
Idealmente, ao mínimo sinal de cansaço ou desinteresse as pessoas deveriam falar abertamente. Lamentavelmente, só uma minoria dos casais tem esta capacidade, pois se assim fosse haveria muito mais estabilidade nas relações!
Para além disso nem todos os sinais que mencionei poderão surgir. Por exemplo, nem todos os parceiros partem para a crítica ou para a criação de discussões, atribuindo depois as culpas ao outro membro do casal. Isto só sucede quando não têm coragem para pôr um ponto final, e querem que seja o outro a fazê-lo, para não ficarem com as culpas do fim da relação. Infelizmente, este tipo de situações é muito comum.
Acrescento que o desinteresse ou o fim de uma relação não significa o fim do sentimento, contudo há outros factores que prevaleceram na escolha.
Repito que mais importante que as palavras é a linguagem corporal e a leitura de atitudes e comportamentos. Por vezes o vosso companheiro poderá querer acabar convosco, mas como ainda está na dúvida sobre o que quer ou quem quer ou não tem coragem poderá dizer coisas como «é melhor estarmos uns dias sem nos vermos, não penses que quero acabar contigo porque não quero, mas é melhor ficarmos assim».
Agora, quais são os factores que poderemos controlar para prevenir o fim de uma relação, ou pelo menos para prolongá-la? 1) Apostar na Proximidade
Já estiveram alguns dias ou semanas afastados do vosso companheiro e sentiram que a vossa chama interna por ele se apagava? É perfeitamente normal que tal suceda, mesmo quando o sentimento que têm pelo vosso namorado é muito forte, sólido. Afastamentos constantes ou prolongados acabam por deteriorar inevitalmente uma relação, por muito forte que seja. Esforcem-se por se encontrar pelo menos 2 a 3 vezes por semana. Se forem de férias para o Algarve ou para Londres, apanhem um comboio ou u vôo low cost e façam uma visita ao vosso companheiro. Quando estiverem fora, falem pelo MSN ou pelo Skype, evitam que a conversa seja trivial ou aborrecida, sejam sensuais. Se forem trabalhar para fora por longos períodos de tempo, tenham uma conversa séria. Neste tipo de situação, terminar, mesmo que temporariamente, poderá ser a melhor opção. Pouquíssimas relações sobrevivem à distância, e por vezes, quando tal sucede, é apenas por pressão social, ou porque o amor que existe entre os dois é de facto fortíssimo.
2) Apostar na Imagem
Con frequência muitas pessoas desleixam-se um pouco com a sua aparência quando estão há algum tempo numa relação estável. E não esperem que o vosso namorado vos diga que estão mais gordos, que precisam de se arranjar melhor para sair à rua, ou que detestam entrar no vosso quarto e encontrá-lo todo desarrumado. Continuem a ter os mesmos cuidados com a imagem que tinham quando se conheceram, e se puderem melhorá-la para agradar ao vosso companheiro, melhor. Mantenham a barba desfeita ou aparada, o cabelo penteado, o corpo cuidado e em forma. Tenham sempre a casa impecavelmente limpa e arrumada quando receberem o vosso namorado em casa. Dêem uns toques extra, como velas de cor vermelha pelo quarto, um pouco de perfume, bom after-shave no rosto... em suma, sejam sempre muito sedutores! Quando cozinharem, apostem em cores garridas nos pratos, esmerem-se na preparação dos alimentos e nos condimentos. Muitos homens conquistam-se pelo estômago. Mais uma vez repito, sejam sedutores, sempre, nunca caiam no desleixo, mesmo quando pensam que a relação está assegurada.
3) Levar a Relação com Calma
Nunca se dêem a conhecer por completo no início de uma relação. Mantenham algum mistério em torno dos vossos gostos e interesses pessoais. Deixam que o vosso parceiro vos descubra lentamente, ao longo de meses. E no sexo, não queiram praticar o Kamasutra logo numa semana. Descubram os vossos corpos com muita calma! Tentem ser uma caixa de surpresas positivas sem fundo à vista. Se na primeira semana apresentarem tudo o que são, e quiserem praticar tudo o que há no sexo, então é meio caminho andado para o vosso namorado perder o interesse.
4) Tolerar os defeitos do outro
Quando a chama da paixão está bem acessa, como sucede no início de uma relação, tendemos a tolerar os defeitos do outro, até por vezes achamos piada a comportamentos e atitudes que criticamos nos nossos amigos e familiares. No entanto, quando a chama esmorece, como sucede inevitavelmente ao fim de uns meses, podemos começar a deixar de ser tolerantes, e até a ficar irritados com as imperfeições do nosso namorado. Por isso, logo no início de uma relação, façam o seguinte exercício: escrevam numa folha todos os vossos defeitos e os defeitos que já encontraram no vosso companheiro. Depois pensem se ele conseguiria tolerar-vos dentro de uns meses, ou se conseguirão tolerar no futuro os seus deslizes. Se não, então reflictam se querem mesmo essa relação. E entretanto, aproveitam para tentar corrigir o que está errado na vossa personalidade. Não se esqueçam ainda que no início de uma relação ambos os membros tentarão ao máximo esconder os seus defeitos, e mostrar apenas as qualidades. Contudo, mais tarde ou mais cedo a máscara cairá, e o verdadeiro eu de cada um aflorará ao fim de uns meses. Pensem nisso.
5) Esclarecer o que cada um pretende da relação
Logo no início, estabeleçam os vossos objectivos, numa séria conversa a dois. Pretendem ter um namoro sério e estável? Querem apenas sair uns tempos e depois «logo se vê»? Procuram um parceiro fixo para relações sexuais, mas não querem aprofundar a relação? Têm namorada mas querem simultaneamente ter um parceiro masculino? Esclareçam muito bem se o outro lado tem os mesmos objectivos que vocês. Caso não tolerem traições, esclareçam com calma que «preferem que a relação termine de forma pacífica a ser traídos». Peçam ao vosso parceiro «que termine a relação caso queira ter algo com outra pessoa no futuro» e assegurem que se ele se interessar por outra pessoa aceitarão com calma caso ele seja logo sincero, e que assegurarão a amizade. Se pretendem um namoro sério e estável, e o vosso novo amigo quer apenas umas «curtes», então o melhor é ficarem pela amizade...
Tenham também em atenção que uma declaração de interesse comuns não significa que de facto o outro lado queira mesmo aquilo que disse. Levem portanto a nova relação com calma. Para não terem desilusões mais tarde.
6) A relação como refúgio
Não martirizem o vosso namorado com problemas. Se precisam de o fazer, chamem os vossos amigos a casa. Tentem que os vossos encontros seja um escape aos problemas do quotidiano, e não um poço de novos problemas. Não forcem desabafos pessoais do outro. Contudo, quando o vosso namorado quiser desabafar, oiçam, mostrem-se compreensivos e apoiem-no. Nos dias seguintes questionem como estão as coisas, e esperem que ele fale. Se notarem que naquele dia ou momento não lhe apetece falar de problemas, não forcem com novas perguntas e mudem de assunto. Dêem auto-estima, façam-no sentir bem e optimista. Para além disso, não demonstrem uma dependência emocial excessiva do vosso companheiro. Pode afásta-lo. E não sejam lamechas. Em muitos casos pode ser fatal.
7) «Jogo do Gato e do Rato»
Nunca digam «amo-te» ao fim de um mês. Nem de dois, nem de seis, nem às vezes de doze. Se estão por cima na relação, óptimo. Se foram conquistados pelo vosso parceiro, não se entreguem logo na totalidade. Sejam subtis e só lentamente demonstrem os vossos verdadeiros sentimentos. Nos primeiros tempos demonstrar um pouquinho de desinteresse, quando estamos a ser conquistados, desde que se saiba executar bem a estratégia, só reforçará a relação! Ou por outras palavras, saibam ser «difíceis de conquistar» nos momentos certos!