Tantas vezes me pergunto se psicologia é mesmo a minha área...se não tivesse sido 'forçada' a escolher um curso não sei se teria ido para psicologia. Há muita coisa que gosto de fazer e que gostava de fazer como futuro profissional, sim eu sei só depende de mim. Mas...
Gostava de ser guia turistica, trabalhar em museus, andar com um grupo de pessoas a mostrar as histórias de cada canto da cidade. Gostava de ter um bazar, com coisas antigas, coisas que eu restaurava e depois vendia, trabalhar com tintas, madeiras, papel, pinceis...hummm que delicia!Gostava de ser bióloga marinha, mergulhar debaixo de água e nadar junto das baleias...
Espero vir a ser uma boa psicóloga 
Pois, o conceito de "a minha área" é uma coisa complicada. Tem sempre de se fazer um
tradeoff entre (i) o que se gosta, (ii) aquilo para o qual se tem vocação e (iii) o que nos permite atingir outros objectivos como garantir emprego ou ter um salário razoável.
(i) Gosto: Acho imensa piada a tudo o que se relaciona com História e Arte. História era uma disciplina em que eu "brilhava" quando andava na escola, dado que adorava aquilo. Arte, só num sentido crítico e histórico, porque jeito para desenhar e pintar não tenho nenhum, a não ser que fosse para Arquitectura (mais geométrico e menos dado a desenho livre).
(ii) Vocação: Acho que nasci para ser professor. Já cheguei inclusive a dar explicações e até tinha jeito para a coisa. Além disso, tem uma componente psicológica bastante forte, não só em termos de interpretar reacções como em saber o que os motiva;
(iii) Vertente realista: quero uma carreira baseada em meritocracia, com diversidade de funções, salário médio-alto, possibilidade de trabalhar no estrangeiro, que envolva tanto um pensamento quantitativo como qualitativo e que puxe constantemente por mim,
beyhond the boundaries of what I can possibly know or do at this moment in time.
Tentei juntar o melhor dos 3 Mundos, e fui para Gestão:
1) tem psicologia na medida em que gerir um determinado projecto / área, implica gerir pessoas, motivá-las e liderá-las;
2) requer
brainstormings e criatividade nas medidas a adoptar para resolver problemas; e
3) dá-me a possibilidade de trabalhar em áreas tão distintas como Marketing, Finanças, Logística, Recursos Humanos ou Análise Económica; bem como o facto de requerer um pensamento estratégico competitivo por trás (pensamento este que me faz aquele
click no cérebro, que dá a entender que é para isto que eu nasci

).
Isto para dizer que quando gostamos de Psicologia ou Arte
or whatsoever, não temos necessariamente de ir para o curso de Psicologia ou o curso de Belas-Artes. Por vezes uma pessoa pode-se esquecer que existem cursos/empregos nos quais estes gostos também podem ser exercidos diariamente.
Se seguisse de um modo cego os meus gostos, se calhar andava hoje a escavar pirâmides no Egipto, ou a escrever uma crítica sobre Kandinsky ou Mondrian. Mas, não sei se por defeito ou qualidade, tento sempre garantir a racionalidade a 100% e não me arrependo disso.
