É algo muito importante na área da saúde, mas é triste que o peso da situação em si fique maioritariamente aos ombros dos enfermeiros e não no dos médicos, que apenas se limitam a prescrever terapeuticas, as dosagens das mesmas e já esta.
A carga psicologica fica a cargo dos enfermeiros, que a meu ver são a classe profissional mais humana que existe. Lidam com mortes constantes, tem de lidar diretamente com os utentes, familia, amigos do utente.
Para mim é algo impensável, apego me muito facilmente as pessoas, passei a poucos meses por uma experiencia semelhante, o falecimento da minha tia que teve uma doença cardiaca degenerativa, e custava-me só estar perante ela, ver no que a doença a tinha tornado e como era.
Dai considerar que os cuidados paliativos muito importantes e fundamentais, visto que nos dias que correm surgem doenças e novas patologias a um ritmo muito mais celere que no passado.
Discordo em absoluto do que dizes drecas, desculpa

A ideia de que a carga psicológica fica só a carga dos enfermeiros é falsa... talvez tenhas tido azar nos médicos com que te cruzaste no passado... Os médicos, desde a medicina geral e familiar, passando pela psiquiatria, medicina interna ou mesmo cirurgia têm contacto com o doente e com os familiares. Um bom médico tem sobretudo que ser um ser extremamente empático, pois para fazer um correcto diagnóstico é necessário fazer uma história clínica precisa e detalhada, que só pode ser feita se no doente existir a confiança necessária para partilhar tudo o que sente, física e psicologicamente.
Desculpa ser tão directo mas dizeres que os médicos se limitam a escrever receitas é ridículo e completamente infundado. Há muito mais em ser médico, há também um percurso completo de acompanhamento do doente, e, não saindo do tópico, tb nos cuidados paliativos o seu acompanhamento é notório... não tão notório com o dos enfermeiros é certo, mas nem faria sentido ser de outra forma... O objectivo do médico é tratar e o do enfermeiro cuidar... Quando se está nos paliativos o tratamento já é quase sempre impraticável, pelo que o mais importante é zelar pela qualidade de vida do doente, o tal cuidar, mais a cargo dos enfermeiros.
Cada qual na sua medida, são 2 pilares essenciais da saúde e a meu ver o valor de carácter humanitário é idêntico. Dedicar a vida a tentar prolongar a vida das pessoas, zelar pelo seu bem-estar, tomar decisões cruciais e muitas vezes tão difíceis para o familiar como para o próprio médico não pode ser visto de ânimo leve.
E mesmo o cirurgião, tantas vezes criticado pela sua 'falta de humanidade' tem que lidar com questões éticas profundas ' Uma criança de 5 anos com um cancro no joelho... Tentar ser retirar o máximo de tumor sem amputar, correndo o risco de metástase e morte ou condicionar a vida da criança a uma cadeira de rodas?'
Às vezes é necessário reflectir um bocadinho antes de falarmos
