É bom tentar compreendê-lo quando baseado em algo que seja passível de ser compreendido e não apenas acreditado.
Isso não te cabe julgar, não é? Por exemplo, acreditas em conceitos como justiça, honra e amor. Coisas que não existem no universo. Compreendes porque num dado momento da tua evolução como ser humano, houve alguém que acreditava nisso que te explicou tais conceitos. E não fizeste troça do facto de acreditarem nisso, pois não? Aqui é a mesma coisa. A única diferença é que alguém que acredita em algo está a tentar explicar-te um conceito sobre algo em que tu não acreditas. 
Conceitos como justiça, amor, honra são conceitos abstractos e toda a gente os encara como tal. A partir do momento em que afirmamos que conceitos abstractos podem interferir com, chamemos-lhes assim, conceitos materiais, já estamos a entrar noutros tipos de crenças, tais como estas do 2012. Querem-me fazer crer que 2012 será um ano que vai trazer mudanças devido a energias. Essas energias, supostamente, interferem directamente comigo e com toda a população; e no entanto não as conseguimos explicar sem ser através do "há que acreditar".
Estás a ver de um ponto de vista diferente. Só isso. Da minha parte, como vejo as coisas, a questão não está no facto de "quererem-te fazer crer" mas na questão de "acreditarem que assim o é". A conversa acaba por ser a mesma que a religião. Ou então com o discurso, como houve, do fim dos tempos em 2000. A problemática é exactamente a mesma que houve em 2000, em 1900 e 1000. É aquele sentimento de que o mundo como conhecemos irá acabar quando, na realidade, nem sequer abanou.
O problema de 2012 é de um má interpretação de um sistema de contagem de tempo de um povo que já não está cá para dizer o que entende por "períodos de grande crise". Nós entendemos "crise" da nossa perspectiva pessoal e não na deles. Isto dá azo a erros de interpretação como os erros de interpretação da Bíblia. Lembro-me do caso de Moisés e o mar vermelho: recentemente surgiu a hipótese de que houve um erro de tradução nessa passagem e que, na realidade, Moisés não separou as águas do mar vermelho mas que era antes um mar de juncos, já que, em hebraico se escrevem de forma similar e pelo facto do hebraico não ter vogais (pelo menos penso que eram vogais). Outro exemplo mais próximo dos Maias é a cultura egípcia. Com um sistema similar de escrita (através de imagens e símbolos) a probabilidade de erros de interpretações são imensas. Logo, o que pode muito bem ser apenas um simples aviso ou descrição de períodos de crises e mudanças, passa facilmente para interpretações de catástrofes e destruição.
Pessoalmente prefiro manter uma mente aberta a diferentes possibilidades. Pode acontecer haver uma catástrofe. Pode haver mudanças. Mas também poderá nem sequer acontecer algo como aconteceu em 1000, 1900 e 2000. Mas é realmente curioso e interessante estar a passar por uma fase em que um calendário regressa ao ano 0. Tipo, qual é a probabilidade de isso acontecer no
nosso calendário? Nenhum. Nós nem sequer temos um ano 0!
