Aqui vai um post de alguém que teve a dita coragem de se focar na leitura

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Em primeiro lugar, o
lead da notícia desde logo é no mínimo de causar sobeja estranheza a alguém cuja altura da testa apresente o tamanho mínimo necessário a albergar algum encéfalo. Durante alguns, poucos, anos foi o Ministério da Educação que publicou os tais
rankings das escolas, o que obviamente gerou polémica pois não cabe a uma instituição governamental que rege as escolas, e que promove a qualidade de ensino de igual forma e que pertende que estas atinjam um bom desempenho de forma equitativa pelo menos em teoria, fazer uma seriação destas mesmas escolas. Não é preciso capacidades divinatórias para prever os problemas que isto traria e que nem vale a pena enumerar. Pelo vistos isso foi percebido pelo Governo que já há 5 ou 6 anos se abstém de fazer tais listagens ordenadas, que foram também questionadas por usarem critérios tidos como não fidedignos. Aliás o próprio Governo durante os 2 ou 3 anos que fez esses
rankings alterou várias vezes o método de o fazer, primeiro usando valores absolutos, depois valores relativos que consideravam os resultados anteriores, passando ainda por índices baseados no contexto socioeconómico da populção estudantil. Como é fácil de perceber, nenhum dos sistemas agradou a toda a gente pois nenhum deles é um retrato fidedigno da realidade e de um
ranking elaborado pela entidade que tutela as escolas, espera-se uma acuidade que raze a perfeição.
Claro que o Governo pode fazer para si mesmo um estudo das escolas com mais insucesso, ver no que diferem das com melhor aproveitamento e tomar medidas a partir daí.
Ora temos que, desde há 5 ou 6 anos, foram instituições privadas, nomeadamente a imprensa escrita em parceria com alguns
media televisivos que decidiram fazer esses
rankings. Ora como instituições privadas estes meios de comunicação não têm qualquer obrigação de apresentar uma ordenação fidedigna, podendo, com toda a razão, usar os critérios que lhes aprouver, não lhes cabendo como preocupação se isso vai afectar a distribuição dos alunos por escolas como está a acontecer. Posto isto, é ridículo os tais “responsáveis pela escola” acusarem empresas como o Jornal Expresso de estarem a provocar isto. Os jornais querem logicamente obter lucros e este é um tipo de notícia pela qual as pessoas se interessam. Os “responsáveis” têm é que arranjar soluções reais e pragmáticas de resolver o problema e não tentar culpar empresas que não tem como função fazer o chamado serviço público. Quero ver a CONFAP dizer ao Expresso/SIC “acabem com os rankings porque isso está a complicar-nos aqui a vidinha”.
Isso do livre arbítrio da escolha de escolas estar comteplado na lei não é tao linear quanto isso, pois também está comtemplado na lei que para cada local de residência em qualquer ponto do país há uma respectiva escola à qual o aluno pertence. O que se tem assistido é a um deixa-andar em que este facto é ignorado e vai-se facilitando a coisa, porque é “chato” o menino não ir para a escola X que os pais tanto queriam mas sim para a Y que lhe cabia em sorte tendo em conta a sua morada. Não tenho anda contra em que os pais possam escolher a escola, mas isto só até ao momento em que tal situação cria problema como estes. A partir do momento em que as escolas estão ocupadas com crianças daquela área de residência, os restantes alunos “candidatos” terão que ir para a sua escola da área também. Eu frequentei durante 3 anos uma escola que não era a da minha área tão somente porque a escola para a qual fui tinha vagas para isso. Obviamente que tudo isto se situa no domínio do Ensino Público gratuito, se os pais de facto não quiserem, com todo o direito, que o filho frequente a mal-afamada escola Y poderão socorrer-se do Ensino Privado que todos os anos lectivos tem todo o gosto em acolher milhares de alunos portugueses.
Em suma, os jornais fazem os rankings que quiserem como quiserem e se os pais são influenciados por isso cabe ao Governo/Direcção das Escolas arranjar soluções, que neste caso até já existem portanto não vejo porquê tanto alarido sobre polémicas de “uma escola a abarrotar e outra ao lado está vazia”.