Estive/estou completamente apaixonada por uma rapariga. Só queria voltar ao abraço dela, ao olhar dela. Àquelas pequenas coisas que toda a gente quer quando ama alguém e o sentimento é enorme.
Todos os dias sonhava com o momento de a voltar a ter nos meus braços, de voltar a ver aquele sorriso dirigido a mim, chorava só de pensar nisso, sentia que algo me faltava, sentia que a vida sem ela não fazia qualquer sentido. Porém, sabia que teria muito para esperar para algum dia a voltar a ter nos meus braços como antes tinha, de a poder ver a passar ao meu lado e lhe agarrar a mão, de ficarmos de mão dada tempos intermináveis enquanto fixamos os nossos olhares uma da outra. Porque é que esses momentos teriam que terminar? Porque ela não me amava e provavelmente nunca me amou. A nossa relação nunca passou da amizade, mas eu tinha saudades dela todos os dias.
Ela era mais importante do que qualquer outra rapariga que algum dia tenha entrado na minha vida, porém, nunca senti os lábios dela, nunca lhe pude chamar de namorada sem ser nas nossas imensas brincadeiras sobre o assunto. Ela estava ali, a ser heterossexual e eu a ser homossexual.
As saudades cada dia me ocupavam mais, nada fazia sentido, nem uma saída com os amigos. Apenas me limitava a chorar, afinal, a nossa amizade tinha deixado de existir e que seria de mim? Que interessava eu para mim mesma? Quando comparada a ela, nada...
Pensei de tudo para a voltar a ver a meu lado, naquela tão especial amizade que nutríamos. Não aguentava ter que passar ao lado dela e fingir que não a conhecia, não aguentava não cruzar o meu olhar com o dela, eu bem tentava, mas de nada resultava. Aí sim, senti que as saudades não são apenas uma barreira de distância física. Quando a distância física está presente, temos a noção e a consciência que mais cedo ou mais tarde a podemos quebrar. Porém, quando é uma distância psicológica que podemos fazer?
Ainda hoje que digo que não a amo tenho saudades dela.