OK:
Porquê ser feminista?* Julho 3, 2008 – 12:33 am
A questão salta de boca em boca, conspira aqui e acolá, e levanta-se com regularidade: Porquê ser feminista?
Ser feminista não é um defeito, não é um equívoco, não é um acaso. Ser feminista não é um capricho, uma vaidade, um atributo de uma elite. Ser feminista não é uma fantasia ou coisa de mulher frustrada.
É-se feminista por necessidade. É-se feminista por obrigação. Como? Porquê? Eu explico.
Que posição adoptar numa sociedade que segrega parte do seu corpo constituinte? Como erradicar os resquícios patriarcais que vivificam a hegemonia do falo na hodiernidade? De que modo nos poderemos transformar em indivíduos construtores de uma estrutura social mais equitativa, justa e inclusiva?
A resposta para as questões anteriores é apenas uma: ser feminista. A impregnação de uma atitude feminista nas acções e percepções individuais/colectivas conflui irrefutavelmente para a reedificação de modelos de sociabilidade menos discriminatórios, mais iguais. Todas e todos serão beneficiados.
Ser feminista faz parte da construção humana e social!
Em Portugal, a militância feminista deve acelerar o seu passo para acompanhar os ventos da mudança. No rescaldo do Congresso Feminista 2008, importa reflectir sobre as potencialidades e desafios do feminismo em Portugal. E são imensos. Ora, vejamos:
- Desmistificação do seu conceito, história e protagonistas:
Secundando Betty Friedan, o feminismo “não foi um mau gracejo” e nunca o será! O feminismo surgiu – por mãos de mulheres, mas também homens – e pugnou arduamente pela concessão de direitos iguais a ambos os géneros;
- Participação masculina na luta feminista:
O feminismo – atravessado por múltiplas correntes e pensares – não é coisa de mulher. Os seus propósitos dizem respeito a todos e a todas porque a edificação de uma sociedade mais livre, justa e equitativa beneficia mulheres e homens.
- Universalização das causas feministas, como apologiza Victoria Camps:
É necessário expandi-lo, revigorá-lo e assumi-lo, fazendo uso de plataformas tecnológicas como a Internet. De resto, a emergência do ciberfeminismo aproxima os apologistas; favorece a troca de experiências; fortalece o feminismo e abrevia a consecução da tão almejada ‘Igualdade de Género’. Neste sentido, a apologia dos feminismos e dos direitos humanos passa e intensifica-se indubitavelmente no ciberespaço!
O Congresso Feminista 2008 comprovou que o feminismo em Portugal não feneceu, ostentando, ao invés, novas metas, novos aliados e ânsias mais profundas de construir o futuro.
Anabela Santos
http://feministactual.wordpress.com/2008/07/03/porque-ser-feminista/