muntyak:
A ideia não é substituir tudo o que é marcador de género na linguagem para algo neutro, mas sim ter uma ferramenta que permita falar de situações/populações de género desconhecido, incerto ou variado sem recorrer ao masculino por defeito.
Algo como o exemplo que deste da Maria ser aluna não se aplica, uma vez que a Maria é uma mulher, o género dela é conhecido, e estamos a falar apenas dela. No entanto, se falarmos de um conjunto de várias pessoas, poder-se-ia aplicar esta ferramenta e falar em "alunes", em vez de "alunos/as" ou "alun
@s" ou qualquer outra variação.
Não é a melhor forma de resolver o problema, mas é aquela que foi adotada por agora. O ideal será tentar evitar situações em que tenhamos de explicitar o género de um conjunto de pessoas (ex: há uns tempos atrás o nome do que era antes a "formação de voluntários" foi mudado para "formação para o voluntariado", evitando assim usar o masculino "voluntários" e evitando também o "voluntáries"), mas nem sempre tal é possível.
E nada disto tem a ver com pénis ou vaginas! Eu não preciso de ter um pénis para usar para mim próprio pronomes masculinos. Não estamos a falar em cadeiras ou mesas, mas sim de pessoas. E há pessoas que simplesmente preferem para si próprias um pronome neutro. Há quem use a terminação em "e", há quem use "x", e já vi também a terminação em "i". Não é algo consensual, cada pessoa usa aquilo que acha mais prático ou confortável para si.
quiquo:
As questões práticas que colocaste são bastante pertinentes! É algo a discutir, sem dúvida. Esta decisão foi tomada tendo em mente principalmente a área de divulgação, mas agora há que trabalhar nas restantes áreas e projetos e ver como é que podemos adaptar ou mudar isto de acordo com o melhor para cada caso.