Há 25 anos atrás Portugal entrava na CEE. Cavaco Silva foi Primeiro Ministro na altura em que entraram milhões e milhões a fundo perdido para a modernização do país.
Em vez de se construir uma economia saudável, sustentável e que garantisse a construção de infraestruturas universais e que implicassem um crescimento sólido do país, garantindo uma boa produção agrícola de qualidade e uma indústria de renome apoiada nas grandes bases da engenharia que Portugal sempre teve e sempre soube cultivar...naqueles anos de fartura de dinheiro, Portugal escolheu o caminho de construir desenfreadamente estradas e auto-estradas redundantes, gastando milhões desse dinheiro que serviu para a modernização do país.
Apostou-se mal, numa perspectiva de mobilidade apenas para alguns. Entretanto, como o país era de ricos, encerram-se centenas de vias férreas por todo o país e desmantela-se o serviço público rodoviário, entregando-o para a mão dos privados que foram cortando e suprimindo serviços para que a empresa desse os lucros suficientes para estes empresários terem dois Ferraris à porta de casa e logo a seguir a sua empresa decretar falência. O povo que tinha dinheiro conseguiu comprar um automóvel para as suas deslocações (e veja-se como esse povo adorou os automóveis...o país está cheio deles!), o povo que não tinha dinheiro ou estagnava na sua localidade sem poder ir para lado algum ou vinha para as grandes vilas/cidades, empobrecendo ainda mais o tecido rural Português com as graves consequências sociais e ambientais que isso traz para o país.
No país que estava a ser construído para alguns, ninguém foi suficientemente corajoso para reunir uns quantos e darem um murro na mesa. Que aquela situação era insustentável a muito curto prazo. Ninguém disse ao sr. Cavaco, exímio economista, que o dinheiro estava a ser mal empregue, que era imperioso mudar de rumo sob pena da geração que estava a nascer naquele momento receber um país doente e assimétrico. A geração cresceu: aqui estamos nós! É este país que recebemos do homem que se candidata a PR.
Votar no mesmo homem que não teve a visão de meter Portugal num bom sítio era cometer dos maiores erros da minha vida. Votar no mesmo homem que continuou sem ter visão nos últimos anos que teve à sua responsabilidade - mais do que ninguém - os nossos destinos, era pactuar com o estado em que estamos. Votar no homem que, na entrevista a Judite de Sousa, disse ser um "mísero professor universitário que apenas queria juntar poupanças para a sua velhice" seria condenar o Palácio de Belém a uma instituição psiquiátrica nos próximos 5 anos.
É por essas razões que irei confiar o cargo máximo da Nação a Francisco Lopes que, ao longo da sua candidatura, bem mostrou para quem está disposto a ser o Presidente da República: ao povo Português...a todos os Portugueses, ricos ou pobres, do Interior ou do Litoral, do Sul ou do Norte, analfabetos ou doutores e que trabalharia para garantir uma igualdade de oportunidades a todos eles.