rede ex aequo

Olá Visitante05.jun.2023, 08:41:36

Autor Tópico: Livre Arbítrio  (Lida 2233 vezes)

 
Livre Arbítrio
#0

Agamemnon

  • Visitante
O que entendem por livre-arbítrio? Ele existe?

    Livre Arbítrio
    #1

    Offline MuscleCub

    • *****
    • Membro Ultra
    É Verão e esta gente vem-me com filosofias... silly season! Deixem lá as reflexões para o Inverno  ;) Agora há coisas mais interessantes para falar... como homens giros e tal  ::)
      Monárquico, conservador-liberal, capitalista, sem seita, loja ou templo.

      Livre Arbítrio
      #2

      Agamemnon

      • Visitante
      É Verão e esta gente vem-me com filosofias... silly season! Deixem lá as reflexões para o Inverno  ;) Agora há coisas mais interessantes para falar... como homens giros e tal  ::)

      Contribuição notável, MuscleClub...  :P

        Livre Arbítrio
        #3

        Offline MuscleCub

        • *****
        • Membro Ultra
        É Verão e esta gente vem-me com filosofias... silly season! Deixem lá as reflexões para o Inverno  ;) Agora há coisas mais interessantes para falar... como homens giros e tal  ::)

        Contribuição notável, MuscleClub...  :P

        Tão irónico...
          Monárquico, conservador-liberal, capitalista, sem seita, loja ou templo.

          Livre Arbítrio
          #4

          Offline biri

          • *****
          • Membro Vintage
          • Género: Outro
          • Sometimes the within is piano black
          O que entendem por livre-arbítrio? Ele existe?

          Eu entendo o livre-arbítrio como o poder de tomarmos as nossas próprias decisões e de escolhermos as nossas acções.


          Embora todos gostemos de pensar e acreditar que o temos, acho que não passa de uma ilusão.

          É verdade que podemos pensar e podemos escolher coisas, mas nunca pensamos a 100% por nós nem escolhemos o que queremos de verdade. Estamos sempre agarrados a um pensamento que nos foi incutido pela educação, pela sociedade, pela cultura. Nunca podemos pensar de modo "selvagem", como se nunca tivéssemos sido educados, sem estarmos inseridos numa sociedade ou cultura, porque se assim fossemos, provavelmente não seriamos racionais de todo, nem poderíamos pensar e reflectir, no verdadeiro sentido da palavra. Tudo se basearia nos instintos, impulsos e necessidades do momento.

          Depois também existe a acção. Tal como as leis da física ordenam, para cada acção existe uma reacção. Para cada acto existe uma consequência. Estamos sempre condicionados às consequências no momento de actuarmos. Escolhemos e fazemos sempre (ou quase sempre) aquilo que tem uma melhor "qualidade-preço". Como quem diz, que nos satisfaça mais, com o mínimo de consequências negativas. Ou então, aquilo que nos insatisfaça menos, com o máximo de consequências positivas. As nossas acções estão sempre ali na zona do cinzento. Nunca são verdadeiramente pretas nem brancas. E com isto, acrescento também que o verdadeiro altruísmo também não existe. Todo o altruísmo, todos os sacrifícios que fazemos pelos outros, têm um objectivo egoísta de nos fazermos sentir bem com nós mesmos e pensar que fizemos algo de bom e que conseguimos fazer a diferença.


          Agora, podem dizer: "Ah, dizes que não existe livre-arbítrio e que estamos condicionados por isto e por aquilo, mas somos nós que decidimos e escolhermos estar condicionados e ver as nossas acções limitadas. Logo é uma escolha nossa."

          Ao qual eu respondo: "Pois, mas o que chamas de decisão racional, eu chamo de instinto básico de sobrevivência. Nunca escolhemos algo que sabemos à partida que nos faça mal e quando o fazemos é por algum motivo maior que compense pela positiva em algum aspecto."

          - "Mas não deixa de ser uma decisão!"

          "Mas não é uma escolha verdadeira. Está sempre condicionada."
            You live long enough to hear the sound of guns, to find yourself screaming every night, long enough to see your friends betray you. For years I've been strapped unto this altar. Now I only have 3 minutes and counting. I just wish the tide would catch me first and give me a death I always longed for.

            Livre Arbítrio
            #5

            Agamemnon

            • Visitante
            Obrigado pelo teu contributo biri.

            Mas repara, lá por eu estar condicionado e não conseguir ir à casa da minha vizinha a voar, não quer dizer que não possa decidir ir ou ficar em casa, ir a pé ou de carro. Portanto é claro que é condicionado pela realidade objectiva! A questão é se somos um princípio em nós próprios. Se, dada uma encruzilhada, podemos de facto escolher X em vez de Y (mesmo que escolhamos sempre Y e mesmo que Z H e J nem sequer estejam na nossa imaginação). Depois, a acção motivada não nega o livre arbítrio... Porque é que uma consciência livre só goza da sua liberdade quando age sem finalidade? Isso até é estranho, não? Lá por haver sempre uma finalidade, não quer dizer que não haja possibilidade de se agir contra essa finalidade...

            Quanto ao altruísmo, creio que estás a destruir o conceito com a própria definição. Altruísmo é o sacrifício de um valor maior por um menor. É claro que podes racionalizar dizendo que o menor nunca é menor. Podes dizer-me que a madre Teresa não era altruísta porque esperava o céu... Mas o comportamento dela distingue-se dos demais de uma forma que nós conceptualizamos como distintamente altruísta. ;)

            Por fim, as leis da física não impõem uma causalidade tão limitada. Há indeterminismo. Aliás, nem é claro na física que exista uma realidade objectiva... E a ideia do livre-arbítrio penso estar presa à questão de se tu és um princípio de acção ou não. Podes obedecer às leis todas da física mas seres um princípio metafísico causal. :)