Tu podes sempre responder-me "Mas agora que sabem ler, porque promovem o Sparks em vez de lerem a Ilíada?"
Respondo com essa pergunta e respondo já à pergunta também: por causa da americanização. Por causa do entretenimento de m****, atrofiante, que eles impingem ao mundo.
Nacionalidade Nicholas Sparks? Americano.
Proveniência da esmagadora maioria do cinema comercial que invade as salas? América.
Proveniência da esmagadora maioria da música pop comercial que invade as rádios? América.
São factos.
Black Room, se pegarmos em muitas listas de «críticos americanos» de melhores livros da década ou de livros mais marcantes surgem porcarias como Dan Brown ou Nicholas Sparks. Em parte da comunicação social americana substituiu-se o elogio da verdadeira literatura pelo elogio do entretenimento escrito. Infelizmente, a moda já chegou a Portugal, e vemos autores que escrevem literatura de cordel do século XXI a receber prémios literários (nem digo nomes para não ferir susceptibilidades).
O mesmo no cinema, onde se privilegia o lixo... aliás, no século XXI o lixo já ganha Óscars. O cinema americano lançou excelentes obras até meados dos anos 70, muitas das quais dirigidas por mestres de origem europeia, sublinhe-se. Contudo, as últimas três a três décadas e meia são para esquecer, salvo uma ou outra rara excepção. E vemos os críticos darem boas notas a lixo, coisa que certamente os críticos dos anos 50 não fariam. Não concebo a recepção do público dos anos 40 ou 50 perante o engraçadismo aparolado de um American Pie, que como se sabe foi um êxito de bilheteira.
As televisões também têm a culpa. Não passam clássicos do cinema europeu e americano, e limitam-se a transmitir a porcaria do Hollywood actual.
O público americano, na sua maioria, está estupidificado pela literatura light, pela música ligeira estilo Lady Gaga e pelo lixo dos grandes estúdios. Parte do público europeu segue o mesmo caminho.
Os antídotos para o lixo americano actual são:
- os autores clássicos: Eça de Queiroz, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Emile Zola, George Orwell, Platão, Aristóteles, Cervantes, Edgar Allan Poe, Dante, etc;
- a música clássica
- o cinema europeu ou o cinema do período de ouro de Hollywood (anos 40/50, alguma coisa dos anos 60 e 70).