Depende muito do ambiente da escola, como já alguém disse. E é verdade que por vezes recorrer a directores de turma, directores de escola, etc., pode ter o efeito exactamente contrário do desejado.
Eu passei por uma experiência muito parecida quando andava na escola, já no meu 12º ano. Descobri que havia um rapaz do 7º ou 8º ano que andava todos os dias a ser chateado por uns rapazes da turma dele que chegavam a bater-lhe nos intervalos e a roubar-lhe o dinheiro. Eu estava numa posição que se pode dizer privilegiada, porque por um lado era muito mais velho, por outro naquela altura era o representante dos alunos no Conselho Geral da escola e conhecia bem a directora de turma do miúdo. Sem nunca lhe ter dito directamente o que se passava, consegui perceber por que é que os outros miúdos implicavam com aquele.
Primeiro eu e os meus amigos começámos a chamar o rapaz para o pé de nós nos intervalos e chegávamos a almoçar com ele de vez em quando no refeitório, para ver a reacção dos outros. Tive este cuidado porque, como disse, por vezes as vítimas de bullying que procuram ajuda ainda são mais penalizadas depois pelos bullies. Com o tempo vi que os outros miúdos estavam a começar aos poucos a deixar se meter com ele. Deixei a poeira assentar, pensando que estava tudo resolvido, até que um dia os vi de novo a baterem no rapaz. Aí decidi que ia mesmo falar com a directora de turma, e entre nós, organizámos uma reunião com os pais deles todos, a que eu fui também.
Foi remédio santo, porque os bullies estavam só naquela fase em que se querem fazer passar por mauzões porque sim, coisas da idade. Assim que os pais souberam nunca mais houve problemas entre eles, pelo menos que eu tenha sabido.
Tudo isto para dizer que, dependendo dos casos, pode ser melhor ou pior contactar alguém de responsabilidade. No geral, diria que sim, mas há casos e casos.
(desculpem o texto longo)