ENTREVISTA A RUBEN GOMES
(Entrevista na integra:
http://www.irmaosdesangue.pt.vu/)
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Mais que um marco para a história da Ficção Portuguesa, esta série tem como objectivo "mudar mentalidades"?Esta não é a típica série que os portugueses estão habituados a ver, em que a homossexualidade é mostrada como uma “coisa” delicada, quase angelical, que não tem maldade absolutamente nenhuma. Não. Esta série mostra-nos alguns lados da homossexualidade. Lados mais crus, mais carnais, mais reais. Sem pudores. A homossexualidade não faz parte da história, ao contrário do que acontece nas séries portuguesas corriqueiras. Aqui, A homossexualidade tem várias histórias.
Esta série não segue, portanto, a linha baça da “mudança de mentalidades” que alguns produtos de ficção portugueses têm. Aqui é mostrado algo mais “avançado”, algo mais chocante, se assim quiserem entender.
Recentemente li um comentário no MAIS TVI que dizia que esta seria uma série pornográfica, até porque, segundo o visitante, sempre que se faz algo relacionado com homossexualidade ou travestismo está relacionado com o mundo da pornografia. Concorda?Ora aí está um belo exemplar de uma pessoa preconceituosa! Essa pessoa provavelmente não está ligada à produção da série nem tão pouco deve conhecer ninguém da equipa e, no entanto, afirma peremptoriamente que esta vai ser uma série pornográfica. A não ser que seja vidente. Mas nesse caso a bola de cristal não está a funcionar bem.
Esta não é, com efeito, uma série pornográfica, mas aborda impreterivelmente a sexualidade. Mas atenção: sexualidade não é sexo.
Além disso, as cenas de sexo que podem, ou não, ocorrer não são explícitas.
Tendo em conta a temática esta não é uma série para toda a família?Esta é uma série com um clima pesado e algumas situações que podem chocar os mais novos e as pessoas mais sensíveis. Além disso, a história é complexa. Não me parece recomendável que a família se reúna toda para a ver. Mas eu acharia piada se isso acontecesse.»
