Eu tb era o que chamam maria-rapaz, mas que para mim era ser uma rapariga que gostava de brincar a certas coisas que a maioria das minhas amigas não gostava e que os meus amigos rapazes ( alguns amigos que tinha desde pequenina) gostavam.
Gostava mais do tipo de actividades que eles faziam, porque eram mais criativas, mais libertadoras e mais aventureiras do que estar a pentear e vestir as barbies.
O ter cabelo curto tb me poderia "classificar" como maria-rapaz, mas a razão porque preferia tê-lo curto era porque cabelo encaracolado ...bem...o cabelo encaracolado tem vontade própria, então qd é para crescer...

Mas também gostava de brincar com bonecas, e fazer brincadeiras com elas das mais variadas, brincar familias, etc... fazer o que a maginação permitia. E brincava ao elástico com as minhas amigas e faziamos cozinhados.
Também gostava bastante dessas brincadeiras " de raparigas "

Mas os bonecos com os quais eu adorava mesmo brincar eram os bonecos da Playmobil

Acho que foi das melhores invenções que fizeram
Acho que andava mais com os meus amigos rapazes, isto até aos 12 anos, mais ou menos, porque não tinha amigas próximas com as quais me identificasse muito nos aspectos que referi, embora gostasse de ter tido. Depois chega a altura em que a idade das brincadeiras vai passando (bem, nunca chega mesmoa passar, e ainda bem

) e começa-se a ficar teenager e então comecei a conviver mais com raparigas (e rapazes tb). Mas infelizmente tanto as raparigas que conhecia como os rapazes tinham ideais "muito heterossexuais" , o que era um pouco desmotivante

Embora eu compreendesse, porque com essas idades e sem termos bem o conhecimento das coisas (porque a ideia que fazemos de determinados assuntos é a ideia que é transmitida pelos adultos, que muitas vezes não é a mais esclarecedora) é um bocado "estranho" a existência da homossexualidade. Eu tb achava "estranho", fora do "normal", mas como era uma coisa que me tocava pessoalmente, tentava ter uma maior compreensão. O que não é fácil quando vivemos num meio pequeno em que a maioria não é como nós.
Mas depois crescemos e torna-se um bocado mais fácil encontrarmos pessoas que tenham algo em comum connosco, rapazes e raparigas.
Apesar de tudo a internet ajuda bastante nesse aspecto.
