Quando amamos quem não nos quer,
Aceitar.
Digerir com calma. Respirar fundo. Acima de tudo, respeitar o outro. Procurar não ser demasiado invasivo - o amor tem destas coisas e várias vezes, por melhores que sejam as intenções, poderemos nem nos aperceber de que constituímos um incómodo ou de que estamos a exercer pressão. Isso não é benéfico para quem está do outro lado e pode tornar-se constrangedor. Por mais que se sofra (e é tão natural que assim seja...!), há que saber que não se tem o direito de impor isso ao outro - a dor é minha. Sou que tenho que a viver, suportar e digerir. Afastar o outro o mais possível disso (por mais difícil que essa tarefa seja, quando se é impulsivo.).
Quando não sentimos nada por quem não nos ama,
Respeitar o amor que o outro tem.
Pormo-nos na pele dele.
Lembrarmo-nos que poderia estar a ocorrer o inverso e não agirmos compulsivamente no sentido de afastar imediatamente aquela pessoa, só porque não queremos que ela sinta o que sente. Afinal, a pessoa não tem culpa! Não se sente o que se quer... e não é afastando-nos que miraculosamente suprimimos o amor da outra pessoa - apenas incrementamos o seu sofrimento. Há maneiras mais justas de se deixar claro que não se quer nada e que não se sente o mesmo que o outro sente por nós.
Eu procuro sempre não magoar. Deixar sempre tudo bem claro, entretanto - para que nenhuma acção da minha parte possa ser encarada noutro sentido que não o inicial, que eu lhe atribuí (conversar com a pessoa e dizer-lhe "quero deixar-te claro que não sinto o mesmo por ti, mas descansa que está tudo bem e nada muda" é uma forma sensata e eficaz de manter a pessoa consciente e tranquila a respeito disso.). Não mudar comportamento algum com a pessoa, para que ela não se sinta ainda pior. Já basta saber que alguém não nutre o mesmo tipo de sentimentos por nós para se sofrer que baste.