Olá, gostaria que comentassem duas notícias que têm andado muito em voga ultimamente:
Jornal italiano associa renúncia do Papa a relatório sobre lobby gay no Vaticano
La Repubblica diz que Bento XVI tomou decisão depois de receber um relatório com referências à exposição da Igreja à chantagem e extorsão por práticas homossexuais.
A Santa Sé recusou comentar as notícias que associam a renúncia de Bento XVI à eventual divulgação de um relatório em dois volumes que alegadamente descreve a existência de um lobby gay – secreto e activo – no Vaticano.
A documentação, que o Papa terá recebido a 17 de Dezembro, foi produzida na sequência de uma investigação lançada pelo próprio Bento XVI na sequência do escândalo “Vatileaks”, que culminou com a detenção e acusação do mordomo do Papa, Paolo Gabriele, posteriormente condenado pelo roubo de documentos confidenciais.
“Foi nesse dia, com esse relatório na sua secretária, que Bento XVI tomou a decisão que já ponderava há tanto tempo”, garante o diário italiano La Repubblica, que avançou com a notícia.
A resposta do Vaticano aos factos relatados pelo jornal italiano (e depois amplificados pela imprensa mundial) foi ambígua. “Nem a comissão de cardeais nem eu próprio faremos qualquer comentário para confirmar ou desmentir o que foi escrito sobre esta matéria. Cada qual assumirá as suas responsabilidades. Não faremos mais nenhuma declaração sobre este assunto”, reagiu o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.
Lombardi referia-se a Julian Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi, os três cardeais responsáveis pelo relatório – mais de 300 páginas divididas por dois volumes – e que terão constatado que “vários lobbies dentro da Santa Sé consistentemente violaram os sexto e sétimo mandamentos da lei da Deus”, que condenam o adultério e o roubo, respectivamente. A doutrina interpreta ainda o sexto mandamento como uma interdição das práticas homossexuais.
Sem citar directamente as passagens do relatório, o mesmo diário italiano diz que os autores concluíram que os pecados dos prelados expuseram a Igreja Católica à chantagem e à extorsão.
Aparentemente, os membros do lobby gay mantinham encontros ilícitos em vários pontos de Roma, nomeadamente uma sauna num bairro dos subúrbios e uma villa privada dos arredores, bem como um salão de beleza e um edifício que funcionou como residência universitária no centro da cidade. Os envolvidos teriam sido depois sujeitos a ameaças e chantagem.
Não é a primeira vez que são denunciados casos de homossexualidade ou pedofilia na hierarquia do Vaticano. Em 2007, a Cúria suspendeu um dos dirigentes, que foi filmado com menores numa operação encoberta da televisão italiana. Em 2010, Angelo Balducci, conselheiro da Congregação para a Evangelização dos Povos, foi detido no âmbito de uma investigação de corrupção que expôs uma rede de prostituição masculina. Balducci foi apanhado em escutas telefónicas a organizar encontros com coristas e seminaristas.
O relatório entregue ao Papa em Dezembro supostamente também expõe lutas de poder, intriga e corrupção entre diferentes facções internas, mas também grupos externos ao Vaticano: segundo o La Repubblica, há referências de impropriam influentiam, ou influência nefasta, de lobbies “de natureza mundana” que condicionam a acção da Igreja. Alegações de corrupção na atribuição de contratos e lavagem de dinheiro no banco do Vaticano já tinham sido levadas ao Papa, como provaram as cartas privadas que foram roubadas pelo seu ex-mordomo e divulgadas no “Vatileaks”.
O facto de Bento XVI se ter referido vagamente às “divisões” na Igreja durante o discurso de Quarta-feira de Cinzas, foi apresentado como prova de que teria sido este relatório a precipitar a decisão de renúncia do Papa. “Penso particularmente nos pecados contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo da Igreja”, disse.
Mas, como escreveu o conhecido analista do Vaticano, Ignazio Ingrao, na revista Panorama, “a parte do relatório que mais chocou o Papa foi aquela que revelou a existência de uma rede de alianças e actos de chantagem de natureza homossexual em várias áreas da Cúria”. Fonte:
http://www.publico.pt/mundo/noticia/jornal-italiano-associa-renuncia-do-papa-a-relatorio-sobre-lobby-gay-no-vaticano-1585420E uma outra notícia:
D. Carlos Azevedo «era homossexual e não fugia disso»
O padre Joaquim Carreira das Neves afirmou ter conhecimento da apontada homossexualidade de o bispo D. Carlos Azevedo, mas salientou que «o problema» é se houve ou não assédio sexual».
«Soube através de um amigo» que o ex-bispo auxiliar de Lisboa «era homossexual e não fugia disso», disse o padre Carreira das Neves à TVI. «Ele mesmo se manifestava (¿) a sua identidade a nível de natureza humana», acrescentou.
Carreira das Neves destacou, no entanto, que «ser homossexual não é pecado» e que nenhum homossexual é pecador». «O problema é se há ou não assédio», concretizou o padre.
D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, confirmou a existência de «comentários dessa ordem» sobre D. Carlos Azevedo tendo ouvido que «havia da parte dele um comportamento homossexual».Fonte:
http://www.tvi24.iol.pt/503/sociedade/carreira-das-neves-carlos-azevedo-assedio-homossexual-igreja-tvi24/1422420-4071.html